domingo, 12 de novembro de 2006

só sei que é bom está de volta.

tem horas que todas as boas intenções do mundo não são suficientes, porque a gente nunca vai saber como agir certo. não adianta o coração estar no lugar certo, porque sempre as palavras saem erradas, e a gente tropeça no ar e dá de cara com uma parede de negação. e porra, dói. minha cabeça deveria estar calejada, já, de tanto dar de cara com essa parede. essa parede. mas parece que não dá. só prova que ser cabeça-dura não dói menos. a teimosia ainda não se externalizou o suficiente para me proteger de dores metafóricas, parece. mas tudo bem. às vezes fico rezando para que chegue o dia que os calos cheguem. o dia para que a insensibilidade me impeça de continuar tentando salvar o mundo. esse tipo de idealismo cego não me faz bem. o romanticismo infindável menos ainda. me recuso à acreditar em certas coisas. me recuso à sentar e assistir as poucas coisas que me dão esperança, saíndo do meu alcance e se tornando exatamente aquilo contra qual a gente tanto lutou e esperneou num passado não tão distante. já teve aquela sensação de andar pela rua, sem preocupações, olhando as estrelas, esperando que à qualquer segundo o céu fosse desabar numa explosão de estrelas, e os prédios fossem cair à nossa volta? porque a única coisa realmente importante nesse mundo inteiro fosse a gente? tem coisas muito mais importantes na minha cabeça. do tipo como vamos envelhecer. numa casa cheia de livros, com um sofá pra ficarmos um em cada ponta lendo, com as pernas cruzadas. e sobre ter um cão que iria ficar do meu lado ou deitado na minha barriga. viver num mundo onde os prédios só significam aglomerados de pessoas infelizes vivendo sob um mesmo teto sem cruzar olhares no elevador, ou muito menos palavras de consolo em noites chuvosas. prédios, ruas, carros, barulhos, são nada mais do que um pano de fundo cinza, jogado ali para destacar como as nossas pequenas explosões de cores diárias.são realmente coloridas. é saber que nossa pequena revolta é essa. pouco a pouco a gente morre. mas enquanto isso não acontece comigo, eu vou lá, passear pela rua. e se você vê uma garota dançando no farol e cantando junto com a música é muito capaz que seja eu... eu queria que as pessoas entendessem tudo, mas às vezes é difícil acreditar que elas consigam. não que isso já tenha, nem vá, me impedir de ao menos tentar. vocês também deveriam tentar..

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