tudo funciona como em uma redoma de vidro. o ar não entra, o ar não sai. as expectativas foram todas canceladas. não espero nada, não transmito nada. apelo para o auto-conhecimento. fico aqui, sendo fria e distante. sendo o melhor que posso ser. aqui, onde no máximo você beija minha imagem, e alinha a mão com a minha. onde todo contato, por melhor intencionado que seja, é puramente imaginário. é uma experiência levemente melancólica, mas faz um bem danado pra alma. essa auto-preservação trás a tona uma sensação de calmaria.
mas eu sei que não vai demorar muito até que algum garoto bastante azarado e desastrado o suficiente tropece na redoma, quebre o vidro e saia correndo novamente. a partir dai, começa uma nova fase. aquela na qual o garoto corre, eu tento alcançar e eu até chego perto o suficiente algumas vezes, mas aí ele sai correndo de novo, e eu fico esperando ele voltar. espero, espero, espero. desisto de esperar, decido que a coisa mais sensata seria voltar pro meu canto, me convenço disso, e aí vou atrás dele de novo. e nesse momento, vou estar precisando muito de férias e uma viagem (sem volta) pra redoma de vidro. e é assim que funciona. é um ciclo, quase que vicioso.
Que os leitores me desculpem.
Há um mês
1 comentários:
nossa, adorei esse seu texto.
me identifiquei.
adorei a idéia da redoma de vidro
beeijo
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