segunda-feira, 2 de junho de 2008

sofro porque poetizo demais as situações reais da vida. pois ver um cachorro magro na rua me comove horrores, e ser sentimental (contrário do que as pessoas pensam) é uma batalha diária. quando não amava ninguém, eu era o que era, mas eu era só. sozinha. sem muitas coincidências felizes. eu comigo. fumava cigarro atrás de cigarro, desesperada, enclausurando minhas emoções na egolândia. brigava e chamava de filha da puta, vai pro inferno, pra casa do caralho, eu quero é ficar só, não te desejo. por isso pulava sempre de galho em galho. amantes, steps medíocres e semi-fodas de uma noite só. eu me cansava de tentar encontrar coisas nas pessoas. até em meus melhores amigos, quando mesmo antes da noite acabar, já estava fatigada da conversa de sempre. das bebedeiras de sempre. das músicas de sempre. pois ninguém queria conversar sobre os meus discos preferidos. ou sobre as bandas novas que eu estava ouvindo. banalidades, trivialidades e afins.

E HOJE TENHO A SEGUINTE CONCLUSÃO:

as pessoas só nos ouvem porque precisam ser ouvidas também. é assim: fale dos teus problemas, que te falarei dos meus. pois estamos todos cansados. porque nos sentimos solitários; almas perturbadas cheias de problemas. nós, mulheres, homens, gays, heteros, fumantes, não-fumantes, ativos&passivos, felizes e infelizes. não temos botões de on e off, não podemos desacelerar, nós não temos pause. e nossas emoções se deslocam vagarosamente como ossos atrofiados, machucados; dores musculares incuráveis causadas pela vida; cicatrizes inegáveis.

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