Vivemos rente aos trópicos onde as águas de março costumavam fechar o verão, alimentamos pensamentos utópicos e usamos a biodiversidade como fonte de inspiração. Vejo uma senhora vendendo balas em frente ao metrô, no campo, máquinas substituem o agricultor. Imagino como era tudo no tempo do meu avô quando não existiam telefones celulares, garrafas pet e nem isopor. Dos bangalôs da Tailândia aos barracos do Vidigal. Dos iates em Ibiza aos soundsystems em Trenchtown. Há algo que move a todos com a mesma força vital, a busca da felicidade e a realização pessoal. Se canta com força, com força a vida. Mantém essa chama que há em você no peito contida. De relance me vejo pedalando um camêlo, coqueiros e areia em primeiro plano e ao fundo um navio petroleiro. Calotas polares derretem e modificamos códigos genéticos em nome da ciência, o Homo se diz Sapiens, mas o que mais lhe parece faltar é a sapiência. Que o espaço-tempo é curvo, Einstein provou a partir de um lampejo, realmente não sei se o que você chama de verde é a mesma cor que eu vejo. Alheia a isso, a maioria continua exaltando o luxo e a propriedade privada. Esquece que caixão não tem gaveta e que dessa passagem, a aprendizagem é a única bagagem levada. Mas há crianças, há sorrisos, há o Maraca domingo, o panorama não agrada, mas não há porque se desesperar pela simples noção de que é uma dádiva estar vivo, de que os caminhos são lindos, e é necessário caminhar.
Se canta com força, com força a vida, mantém essa chama que há em você no peito contida.
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