domingo, 27 de dezembro de 2009

Agora eu sou muito pouco louca. Agora eu só penso em comer direito, dormir cedo, ir pra academia, tomar sol e aproveitar o final de semana. Agora eu só quero correr, correr todos os dias, correr feito uma louca, correr de todo mundo e depois correr de volta para o meu cantinho. Agora peço silêncio para todos os homens descartáveis, calando as rimas que relatam seus estragos irreparáveis e abro mão deles para que sigam diretamente para os braços das próximas mulheres. Agora eu agradeço porque, de alguma forma, tudo faz muito sentido no final do dia, e eu consigo ser uma pessoa inteira e feliz, sem precisar ficar me procurando embaixo do tapete, atrás da cama, ou ficar pensando no que vou fazer comigo quando me descobrir pra valer. Agora não tropeço em poesias que ficaram pelo caminho junto com meus pedaços ou gasto meu dia arrumando paciência para tantas bobagens emocionais. O que posso afirmar é que, de todas essas coisas que eu fui, que eu sou e que eu ainda vou ser, só uma permanece: um sorriso de canto de boca. Isso mesmo. Você é o feliz proprietário de um adorável sorriso de canto de boca, que fica insistindo no meu rosto durante vários quarteirões, enquanto a chuva arrasta pelas canaletas essa vontade de me jogar no seu colo junto com meus quase vinte anos.

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