Você percebe que há algo muito errado com você quando, depois de deitada, com a luz apagada, levanta, pega uma caneta e um caderno e recupera um antigo hábito há muito tempo esquecido.
Percebe que sua mente não a deixa descansar e, mais do que apenas pensar, você precisa escrever. Colocar tudo em um papel. Como um ritual de santificação, para encontrar a paz e cair nos sonhos.
Percebe que a mente não pára. Dúvidas e questões sobre todos os tempos verbais possíveis. Percebe que, assim como a mente, você não quer parar. A ansiedade te consome.
Ansiedade não somente para escrever um texto no meio da madrugada. Ansiedade de viver, de não conseguir esperar o amanhã. Percebe que a ansiedade é tanta que te corrói segundo por segundo. Que não te deixa parar nem para executar uma única tarefa. E são tantas as coisas acontecendo, tantos anseios, desejos, vontades. Tanto tudo. Tantas descobertas, livros, novos hobbies, estudos, sonhos, tarefas, consequências.
A mente não pára e a ansiedade não a deixa começar, continuar ou acabar nada. A mente é isso. É caos.
Aí vêm a vontade de tentar driblar a ansiedade, dando a mão para a organização. Listas e mais listas. O ser humano depende de suas listas. Dribla o caos. Ela reje, ou tenta, seu destino. Os próximos passos. Ela te prepara para dias. Ela te dá paz para dormir. Por maior que seja, por mais tempo que dure para realizá-la, está tudo anotado. Não tem erro. Mesmo que um ítem atropele o outro. O impeça. O atrase. Por mais que você saiba que metade dos afazeres não sairão do papel, dos sonhos não irão se realizar, eles estão ali verbalizados, escritos. Marcados. Te trazem a paz. Pelo menos nessa noite, tudo vai ficar bem.
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